Kiff

Reflexão sobre sorte

Eu nunca me considerei uma pessoa de sorte. Talvez tenha escapado de algumas situações com golpes sortudos, mas de sorte, não, nunca. Mas em muitos momentos eu me considerei pessoa de má sorte, que eu chamava de azar antes de passar por azar.

Sempre fui uma pessoa que coloquei emoção demais nas coisas, sofri demais, canalizei o ser canceriana pela essência do canceriano, o sentir, e pelas vezes que não senti o quanto deveria sentir, me achei uma fraude. Mas sobre a sorte, começo a pensar sobre o andamento das coisas de 2020 pra cá e tento pesar: não foram anos bons. Foram neles que passei a ver o copo meio cheio para meio vazio? Quantas vezes, especialmente nesses últimos 3 anos não bateu a sensação “nossa, mas por quê eu?”, “por que essas coisas só acontecem comigo?”, “acho difícil que as outras pessoas sofram o tanto que eu sofro?” mesmo que involuntariamente. Lutar contra esses sentimentos, penso, ser uma luta de muita gente e, como gente, eu também caio nessas armadilhas.

Mas ainda acho curioso o meu carma imediato e aí que sempre morou a minha desesperança de ser uma dita pessoa sortuda ou fugir da linha e contrariar o universo.

Em 2023, com retomada de um governo sensato, tenho tentado voltar a ver o copo ser meio enchido e ver as coisas com mais leveza que me impus nos últimos anos. Preciso, muito, respirar leve. E refletindo sobre a música “*Life’s gonna kill you (if you let it)**”, me pega demais que, sim, todas as vezes que deixei a vida me matar, eu deixei e não estou disposta a deixar novamente.

Outra coisa também importante que a música me trouxe, foi que eu preciso de parar de achar que o carma imediato, que as faltas de sorte cotidianas são um complô para uma vida ruim. Eu preciso usar das armas que tenho, com a força e energia que tenho para fazer minha vida funcionar. Minha vida só vai me matar se eu deixar e este ano não estou disposta a deixar.

I gotta be honest you have to find solace you gotta find something in what you've got and don't got

MMS

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